"Hoje, mais do que em qualquer outra altura da história, a humanidade depara-se com uma encruzilhada. Um dos caminhos conduz ao sofrimento e ao desespero. O outro, à extinção total. Rezemos pela sabedoria para escolher correctamente o caminho a seguir." Woody Allen

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11.5.03
 
E a Luísa Castel-Branco não estava disponível?

Aos sábados à noite, na TVI, existe uma coisa (não consigo chamar-lhe "programa") que dá pelo nome de "Rosa Choque." Alguém achou que seria boa ideia juntar Teresa Guilherme, Júlia Pinheiro, Cinha Jardim e Margarida Rebelo Pinto no mesmo espaço físico e deixar-nos ver o resultado. Para compor ainda mais a coisa, Cláudio Ramos anda pela rua de microfone cor-de-rosa em punho, o que não deixa de ter a sua piada, a importunar pessoas normais com perguntas imbecis como "Qual foi a pior coisa que já fez à mesa?" O "programa" (pronto, consegui) tem um mérito. Qualquer uma das quatro anfitriãs é insuportável e reuni-las todas no mesmo "programa" (ainda me hei-de habituar) sempre evita que cada qual tenha o seu, o que seria um cataclismo maior do que o terramoto de 1755, o bombardeamento de Hiroshima, o holocausto nazi e a tomada de posse de Durão Barroso juntos. Além disso, quanto mais tempo passar Cláudio Ramos a fazer entrevistas de rua, menos tempo terá para dar entrevistas a revistas duvidosas, falando sobre a tristeza de perder o seu primeiro rebento, tristeza partilhada pela sua desafortunada esposa e pelo pai da criança. O encanto começa logo no genérico. As quatro mosqueteiras surgem à contraluz caminhando cada uma com o seu passo característico. Teresa com o passo de quarentona deslavada e feia que gosta de rapazinhos e compensa a vida triste que deve ter convencendo-se de que é uma mulher poderosa, Júlia com o passo de "deixem-me passar que tenho alguém para confrontar com um podre do seu passado", Cinha com o passo de "e não sei quê" e Margarida com o inconfundível passo "deixa-me cá abanar muito as ancas para parecer que não sou escanzelada até porque não sou só um génio literário mas também uma bomba sexual." Depois há uns dizeres que aparecem no écran informando a especialidade de cada uma, à moda da "Missão Impossível" e acaba com as quatro a entrar para um helicóptero que, infelizmente, não se despenhou. E como é que os quatro talentos especiais das quatro dondocas se manifestam em termos práticos? Pura e simplesmente, não se manifestam. Mal começa o "programa" (ai Jesus...) esquece-se o talento de Teresa para "fazer perguntas difíceis" ou de Margarida para "a escrita de dados encriptados" (???) e todas revelam o único talento que têm: falar alto e ao mesmo tempo de um modo que dificultaria a percepção se houvesse alguma coisa para perceber. Com esta tão elevada concentração de inépcia televisiva, Cláudio Ramos consegue passar despercebido e nem se dá por ele a fazer aquilo que tão bem sabe: figura de imbecil.

Hoje, parece que a TVI vai medir a inteligência dos portugueses. Não sei porquê mas, depois de tudo o que acima se disse, acho uma piada do raio a isto.