"Hoje, mais do que em qualquer outra altura da história, a humanidade depara-se com uma encruzilhada. Um dos caminhos conduz ao sofrimento e ao desespero. O outro, à extinção total. Rezemos pela sabedoria para escolher correctamente o caminho a seguir." Woody Allen

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8.11.03
 
No Correio da Manhã:

HÁ MUITA GENTE QUE ME ODEIA

Três horas após ter sido libertado, ontem, do Estabelecimento Prisional junto à Polícia Judiciária de Lisboa (EPPJ) – onde esteve detido e passou a noite por posse não declarada de jóias avaliadas em dois milhões de euros – a maior preocupação de José Castelo Branco era conhecer o paradeiro da sua mulher:

"Ainda nem vi a Betty”, confidenciou ao CM o negociante de arte que, já em liberdade, seguiu para a sua casa, em São Pedro de Sintra, onde o esperavam alguns jornalistas.

O mediático ‘marchant’ de arte, que saiu em liberdade total depois de ter sido interrogado no Tribunal de Instrução Criminal, acrescentou que a sua noite no estabelecimento prisional, onde pernoitou numa cela sozinho, não foi nenhum drama: "Eu estou bem. Estou óptimo. Fui muito bem tratado", revelou, bem-disposto.

O CM sabe que José Castelo Branco, durante a permanência no EPPJ, não tomou nenhuma refeição, recebendo, contudo, pelas 18h45, o habitual “reforço” – um saco com uma sandes de fiambre ou queijo; pacote de leite e peça de fruta. Já a sua mulher, Betty Grafstein, passou a noite na casa de uma amiga, talvez para fugir ao assédio dos jornalistas ou buscar algum conforto.

Quando questionado sobre a sua detenção no Aeroporto da Portela, Castelo Branco deu como certo "a inveja das pessoas que me querem mal". E sem nunca perder a boa-disposição, uma característica que o domina – faça chuva ou sol a vida para ele é feita de leveza e boa-disposição – ainda conseguiu esboçar uma graça: "Só posso deduzir que neste País basta alguém vestir-se com uma camisa lavada para nos terem um ódio horrível".

Sobre a hipótese de o casal ter sido alvo de denúncia de algum conhecido, o negociante de arte não se revelou surpreendido: "Há muita gente que odeia a minha maneira de ser e o meu estilo de vida", disse.

Depois da breve conversa telefónica, José Castelo Branco mostrou-se atarefado e explicou estar cansado e a precisar de recuperar: "Agora vou descansar, porque amanhã [hoje] tenho um baile no Porto e quero estar em perfeitas condições físicas e psicológicas.".

Na verdade, esta detenção pode ter sido fruto de confusão na Alfândega do Aeroporto de Lisboa, já que Betty Grafstein viaja sempre com a sua mala “necessaire”, em tons de creme e castanho, da marca Channel, carregada de jóias pessoais e, curiosamente, não a larga em lado nenhum. O CM chegou a constatar que mesmo sentada no banco do avião coloca a mala sobre o colo devido ao valor do seu conteúdo.

O cronista social Carlos Castro garantiu ao CM ser “o Zé uma excelente pessoa, mas muito extravagante e isso faz despoletar o seu lado negativo, havendo imensas pessoas que não gostam porque se sentem agredidas com o seu comportamento”, afirmou. “Penso que este susto o vai fazer mudar, tanto mais que é um homem casado e tem um filho que precisa de bons exemplos”.

DORMIU DE PORTA ABERTA E DIVERTIU

"Foi a noite mais divertida que já passámos na prisão". A frase é de João Braga Gonçalves e foi proferida ontem, durante o café da manhã, no Estabelecimento Prisional junto à Polícia Judiciária (EPPJ). Na mesma mesa, João Vale e Azevedo e José Braga Gonçalves, outros dos notáveis daquela prisão, assentiram e o riso foi geral.

Tudo por causa de José Castelo Branco, cuja passagem pelo EPPJ dificilmente será esquecida, de acordo com aquilo que os irmãos Braga Gonçalves contaram ontem a uma das suas visitas. Tudo começou quando Castelo Branco teve de se despir, regra da prisão. O facto de estar de 'collants' de lycra e cueca fio dental foi, obviamente, alvo da maior chacota. Depois, o 'marchant' ex-modelo, não aguentou ficar fechado na cela. Gritava bem alto que sofria de "afrontamentos" e "claustrofobia".

Numa primeira fase, os guardas iam-lhe abrindo a porta da cela a espaços. Mas face à gritaria, com frases como "são os invejosos", "eu sou um senhor, casado com uma dama multimilionária e conhecido em todo o mundo" e "é por causa desta inveja que eu detesto este País, quero voltar para Nova Iorque", quando a espertina já tinha atingido toda a ala e todos riam, foi tomada a decisão de deixar a porta da cela aberta e colocar um guarda de vigia.

De manhã, na tal mesa do café, continuaram as lamentações. Castelo Branco queria estar "apresentável" para ir a interrogatório, até porque só veste grandes marcas. Pediu gel e um elástico para o cabelo. Como não havia, protestou alto e bom som. Voltando às suas frase preferidas – "Eu sou um lorde, um senhor, vocês são uns invejosos, não posso ir assim ao juiz" –, Castelo Branco lá conseguiu um elástico de borracha normal e puxou o cabelo para trás com água.